Atividades

Ginástica
A atividade física e o convívio com o grupo é uma atividade inicial e imprescindível, na maioria os casos, para um envelhecimento saudável e ativo. A pessoa idosa, nesta atividade, se coloca em movimento com orientação especializada e ritmo, alcança benefícios como o bem-estar físico, melhora de dores musculares e articulares, melhora na respiração, na flexibilidade, na força e na mobilidade. A autoestima e o humor são pontos importantes que são garantidos pelo exercício físico, colaborando para a melhor disposição e autonomia para a realização das tarefas da vida diária e para a socialização.

Portanto, a atividade física não se limita à melhora física, mas também psicológica, emocional e cognitiva, tendo atuado no bem estar geral do usuário e favorecido a disposição para participar das demais atividades oferecidas.

Ginástica Funcional
A Ginástica Funcional visa a melhora dos movimentos primários e essenciais do ser humano, a soltura das articulações a partir de movimentos no solo com o próprio peso corporal. Essa atividade é indicada para pessoas que possuem problemas articulares, perda de força muscular e do equilíbrio, consequentemente.

Hidroginástica
A Hidroginástica, além dos benefícios conhecidos da atividade física e mencionados na atividade Ginástica, foi indicada para pessoas encaminhadas pela professora de educação física, médicos e fisioterapeutas, na prevenção e melhora de dores articulares.

 Yoga  
Para ser capaz de envelhecer com autonomia e manter vínculos saudáveis é preciso buscar, atravéz da prática regular de Yoga, a integração com o próprio corpo resultando em autoconhecimento. Os exercícios usados para alcançar este objetivo são: posturas corporais, exercício de respiração, de foco e concentração e meditação.  Observa-se a melhora do equilíbrio, da respiração, da flexibilidade, um maior conhecimento em relação à saúde e maior mobilidade. A alegria e a compaixão são parte das aulas, favorecendo o fortalecimento de vínculos profundos e significativos.

Contos e Memória
O trabalho parte da escuta das demandas do grupo e as propostas de atividades são  cirandas, jogos de memória e atenção, histórias cumulativas, histórias contadas ou lidas: contos brasileiros, da tradição oral e da literatura, biografias de personalidades brasileiras.

São realizadas rodas para partilhas pessoais de relatos tanto de impressões do que é  ouvido, quanto de histórias de vidas próprias que se conectam com os temas, buscando resgatar e valorizar as raízes e origem de cada um. O resgate das imagens internas e histórias pessoais, recoloca em movimento o olhar para a própria história de vida, possibilitanto ressignificá-la: perdoar, reavaliar ou entender o sentido de um acontecimento ou sentimento de forma que a pessoa se tornou apta a viver melhor o presente.

O trabalho proporciona a melhora do fluxo de elaboração da linguagem e a apropriação da sua história através da expressão narrativa. Atua dando espaço ao surgimento de nova dimensão de escuta uns dos outros e de si mesmo. Colabora para o senso de pertencimento de grupo e de comunhão.

Música no Centro de Convivência São Joaquim (coral e instrumentos)
As atividades de música no Centro de Convivência são programadas objetivando não apenas o ensino da técnica, mas um meio de oportunizar, de forma prazerosa, a socialização, a melhora da respiração, da cognição e da memória.

Os beneficiários que participaram das atividades em 2014 demostraram ter descoberto novas capacidades, trabalhado a força muscular e a motricidade fina, espantado a depressão e a solidão, recuperado movimentos de face, língua e deglutição, ampliado o autoconhecimento e a percepção do outro.

A música tem a característica de reunir as pessoas. A música colabora diretamente para a socialização por meio da realização de encontros comunitários como ensaios comuns entre as turmas, bailes, saraus e apresentações públicas e nas casas das pessoas.

As apresentações musicais resultam para os idosos em um caminho de construção de autoestima e possibilidade de realização de sonhos na maturidade.

Os depoimentos das pessoas dos grupos de música deixam claro o desenvolvimento pessoal e o senso de pertencimento dos atendidos:

 “Interessante, quantas vezes parei na rua ou praça para apreciar alguém tocando flauta, exibindo arte marcial e tantas outras artes que guardei com carinho. Me sinto feliz quando alguém para pra nos ouvir, porque sei que este guardará para sempre nossa lembrança!”  (Luzia Aparecida, 63 anos);

“Eu não sabia tocar violão, nunca imaginei que conseguiria e que poderia me apresentar tocando num sarau! Foi muito lindo!” (Maria do Carmo, 66 anos);

Coral
Os encontros são iniciados com exercícios da “Escola do Desvendar da Voz” de Valborg Werbeck, que trabalha autoconsciência e percepção corporal e vocal. Em seguida, trabalha-se o repertório escolhido em conjunto com os integrantes dos grupos, que tenha significado, valorizando a experiência de vida de cada um, e que esteja em consonância com as épocas do ano e algumas datas festivas. A escolha dos compositores e intérpretes presentes no repertório busca valorizar a cultura popular brasileira, alguns exemplos são: Adauto Santos, Tonico e Tinoco, Luiz Gonzaga, Zé Dantas e Renato Teixeira.

Folia de Reis
A Folia de Reis São Joaquim surgiu em 2008 e é fruto do trabalho realizado com o coral. Reúne um conjunto de 13 toadas, que contam a história do nascimento de Jesus, desde a anunciação à Maria até a chegada dos Reis. As apresentações são realizadas nas casas dos frequentadores e pessoas do seu círculo de relações. Os cantos são acompanhados pelos violões, cavaquinhos, pandeiro e caixa do divino. Os palhaços fazem graça durante alguns momentos da cantoria e recebem moedas, que são atiradas pelo público. Um momento muito esperado é o da “Louvação à Bandeira”, quando esta é conduzida pelo dono da casa por todos os cômodos e é beijada pelos assistentes e foliões. Dessa forma, buscamos resgatar e preservar uma das manifestações mais importantes do Natal brasileiro.

Violão
Aprender um instrumento na maturidade é um caminho de iniciação. Os participantes podem descobrir limites, vencer barreiras, desenvolver capacidades, superar-se a todo instante, fortalecer-se, ser compreensivo e paciente consigo mesmo e com o outro, e acima de tudo, acreditar em si mesmo.

Dar o passo para iniciar o aprendizado de um instrumento na maturidade requer muita coragem. A maioria das pessoas não confiam na sua capacidade, em um primeiro momento.

Com o aumento da autoconfiança, os alunos passam a tocar em duplas, trios e individualmente. Ao tocar em casa para os familiares, cria-se um ambiente favorável, fortalecendo os vínculos e colaborando para a valorização do idoso. Percebe-se ainda a melhora na articulação e sensibilidade dos dedos, melhora na articulação do pulso e a ativação da memória.

Cavaquinho
O cavaquinho é um instrumento de corda semelhante ao violão, tem os mesmo desafios e dificuldades, mas pra quem já estava aprendendo violão, ele se torna mais amigável.

Flauta Doce
A flauta doce é um instrumento melódico barato e fácil de portar, cabe em qualquer lugar e não pesa. Embora pareça ser um instrumento simples, tem suas dificuldades técnicas, principalmente para o idoso que não teve contato com educação musical. Trabalha o ritmo respiratório, a coordenação motora fina, a musculatura de face, a articulação de boca e movimento de língua. Exige concentração e prontidão. Assim como os outros instrumentos é um caminho de autoconhecimento e desenvolvimento.

Dança Circular
As Danças Circulares Sagradas foram organizadas por Bernhard Wosien e sintetizam danças de diferentes culturas pesquisadas por ele. Nesta atividade são realizadas danças do Havaí, Grécia, Israel, Índia, Arábia, Alasca, Argentina e Brasil, apresentando ao grupo a cultura de diversos locais do mundo. É um universo totalmente novo e distante para o nosso público e,  para que não seja dança pela dança, deve ter sentido e significado. Buscamos aquilo que é universal, o sentimento comum a todos os povos, as festas, os ritos de passagem, as relações do homem com a natureza, sociedade e seu lugar no mundo.

Bem-estar, diminuição na ansiedade, paz, gratidão, sentimento de pertencimento, sensação de comunidade, são relatados pelos participantes.

Modelagem em argila
Os exercícios de modelagem convidam a usar a criatividade e a habilidade das mãos. Realiza-se conversas sobre as histórias de vida, que são compartilhadas, fortalecendo os vínculos e a confiança nas relações.

O trabalho ganha força com a prática e desenvolvimento de confiança e habilidade manual. Acontece a descoberta dos talentos escondidos. Experimentam o prazer de estar juntos, de compartilhar histórias e descobertas e de ajudar a quem estiver precisando, práticas que favoreceram a socialização, a autoestima e o fortalecimento de vínculos.

Feltragem
O trabalho manual com o Feltro, que é um material quente, macio e flexível, estimula a habilidade manual e a criatividade. Permite criar formas com as próprias mãos, e pode ser trabalhado com água, sendo esfregado até se unir, ou modelado sem água. Demonstrou como resultado a melhora da autoestima, pela realização de um objeto bonito que os idosos tem orgulho te ter realizado. Nota-se, ainda, a promoção do sentimento de acolhimento e pertencimento por fazer parte de um grupo. Propicia também a ajuda mútua e a amizade, fortalecendo vínculos.

Oficina de pães
A Oficina de Pães envolve usuárias na produção de pão integral, regularmente uma vez por semana. As usuárias colaboram para a sustentabilidade do projeto vendendo os pães e se tornando protagonistas de uma ação que traz alimento saudável para quem quer acessá-lo.

Computação
Os participantes desenvolvem capacidades como enviar e receber e-mails, participar das redes sociais como Facebook e outras,  fazer uma carta no word e navegar na internet. A ação visa a incluir pessoas idosas no mundo digital, possibilitando a elas buscar informações, se comunicar e participar de uma forma diferente de se relacionar, acessar oportunidades e estimular os vínculos pessoais.

 Alfabetização
A turma de alfabetização acontece de segunda a quinta com o propósito de ensinar a leitura e a escrita para um grupo de pessoas idosas. Os participantes relatam benefícios para a vida diária como ler a bula de remédios, pegar ônibus e fazer compras. A autonomia e a cidadania são os resultados alcançados com a iniciativa.

Grupos de Cidadania e Fortalecimento de Vínculos
O objetivo das reuniões realizadas  é  discutir e trocar informações sobre os direitos e deveres da pessoa idosa, visando o empoderamento cidadão do beneficiário e o fortalecimento de vínculos. A metodologia utilizada nas reuniões é a Roda de Conversa e as vivências cooperativas. Observa-se  como resultado o fortalecimento de vínculos entre os participantes e com a família, o crescente interesse pelo outro, o apoio mútuo e o aprendizado das leis, permitindo que cumpram o seu papel social de cidadãos interessados e empoderados.

Terapia Artística  
Ao pintar, aprende-se a se observar, ampliando assim o espaço interior. Inspirar e expirar podem ser explorados das maneiras mais diversas, afinal a vida acontece entre uma inspiração e o grande expiro final. Este é um momento de arredondar a vida, juntar os cacos, voltar para o centro, ir de encontro ao seu Eu. Neste sentido, o trabalho com mandalas, fazendo o “ caminho do retorno” da periferia para o centro é enormemente restaurador e integrativo. Aquarelar as durezas, dissolvendo, flexibilizando, soltando, colorindo com novos matizes é sempre um desafio a ser superado rumo à leveza e ao desapego da alma. O mesmo se pode dizer da contemplação de obras de arte das diferentes épocas culturais onde se percorre o caminho da evolução da humanidade. O idoso tem aí um palco para poder trazer à tona suas vivências integrando a sabedoria dos anos com o coração. Neste patamar estético, o idoso expressa um profundo sentimento de satisfação. Aprende a se comunicar e descobrir o que tem em comum com os demais seres e com a própria natureza. Pode assim sair de seu estado de egoísmo e isolamento e ir em direção aos outros.